Hugo Bernardo
Da equipe do Aspas
Dois curtas-metragens do Estúdio de Animação das Faculdades Integradas Barros Melo concorrem no festival Anima Mundi deste ano. “O Jumento Santo e A Cidade Que Se Acabou Antes de Começar”, que já levou os prêmios de melhor vídeo, roteiro, direção e o de crítica do Cine PE 2007, e “Voltage”, que foi exibido pela primeira vez na mostra pernambucana do Cine PE deste ano, no Cinema da Fundação, estão na disputa do prêmio de melhor curta. “Voltage” ainda concorre na Mostra Paralela de Animações do Cinesul e no Florianópolis Audiovisual Mercosul.
O Festival Internacional de Animação do Brasil Anima Mundi chega a 16ª edição. O evento é dividido em quatro partes competitivas (curtas, longas, curtas infantis e portifólio) e quatro não competitivas (panorama, futuro animador, animação em curso e mostras e retrospectivas especiais). Neste ano, foram inscritas mais de 1.200 animações. O envento vai de 11 a 20 de julho, no Rio de Janeiro, e de 23 a 27 de julho, em São Paulo.
“O Jumento Santo…” tem a direção de William Paiva e Leonardo Domingues. O roteiro, de Leo Falcão e André Muhle, foi construído a partir de elementos da tipografia “dingbat” – fonte onde ilustrações, sinais ou palavras inteiras tomam o lugar das letras – criada pelo designer e professor da Barros Melo Buggy Costa.
O curta foi realizado com técnicas de animação em 2D, rotoscopia (captura de movimentos com uso de fotografia) e stop-motion, que consiste em animar, quadro a quadro, algum objeto (mesma técnica utilizada em Noiva Cadáver, de Tim Burton). A animação conta a história do jumento Limoeiro, que chega à Terra para pra dar um jeito na humanidade, que depois de sucumbir à tentação do capeta, acaba botando o mundo em desordem.
O curta-metragem “Voltage” é uma animação que mistura ilustrações em 2D, 3D e rotoscopia. Os diretores William Paiva e Felippe Lyra utilizaram os softwares After Effects, Photoshop, Corel Painter, Final Cut para a realização do filme.
De acordo com William, a idéia surgiu a partir de desenhos de Felippe e na paixão dos dois por sintetizadores. Esse apreço pela música está no trabalho. “A história é sobre criaturas metade gente, metade sintetizadores, que se conectam para compor uma peça musical eletrônica”, diz William Paiva.
A obra está começando sua trajetória nos festivais. Para William, a primeira exibição, na mostra pernambucana do Cine PE, foi positiva. “O público recebeu nosso curta com curiosidade e admiração, pois o filme é um ousado experimento em animação, tanto no que diz respeito à técnica quanto ao conceito estético”.
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