Com o aumento das tecnologias, informações e possibilidades de formação, a cada ano que passa, o mercado de trabalho se torna mais competitivo. Cobram-se novas especializações e pré-requisitos para preencher boas vagas. Em contrapartida, um bom currículo com cursos, pós-graduação, MBA, intercâmbios não é mais o suficiente. Muito além das competências técnicas, as empresas estão em busca de profissionais que tenham soft skills, ou seja, habilidades sutis, traduzindo ao pé da letra.
Segundo a pesquisa global Capgemini Digital Transformations Institute de 2017, 60% das empresas estão em uma crise de soft skills entre seus funcionários, o que aguça a busca por profissionais com essas características.
Entende-se como
soft skills, os atributos e competências que se referem à personalidade e ao comportamento do trabalhador, envolvendo aptidões mentais, emocionais e sociais. São habilidades particulares, que ajudam cada pessoa a refinar suas interações com
colegas de equipe e gestores,
melhorando a comunicação organizacional, assim como com o mundo ao seu redor.
As
soft skills estão relacionadas com as experiências, cultura, criação e educação de cada ser humano. Elas ainda não são “oficialmente” exigidas em entrevistas de emprego, por exemplo, mas são valiosas para o crescimento do profissional e manutenção do trabalho, uma vez que interferem, diretamente, na forma que empregado se relaciona e interage no ambiente corporativo e, por consequência, na
produtividade da organização.
Segundo a psicóloga Andréa Rapela, responsável pelo apoio Psicopedagógico da AESO-Barros Melo, no cenário atual, algumas características importantes são: habilidade interpessoal, boa comunicação verbal (saber dialogar), capacidade de liderança, boa gestão do tempo e sensibilidade para enxergar a individualidade da equipe.
Para ela, os líderes precisam mostrar a importância de cada integrante da equipe para a execução da atividade, além de acompanhar a sinergia de todos . “É ideal fornecer feedback, pois o colaborador precisa ser munido de informações de como está desempenhando a atividade, tanto tecnicamente como comportamentalmente”, comenta.
Habilidades como dedicar-se ao cliente, cooperar com a equipe e na rotina de trabalho, sair da zona de conforto e ir em busca de novos conhecimentos também são bastante valorizadas, pois, além da qualidade nas relações, essas trazem foco, engajamento, motivação e produtividade.
Para as novas gerações, que precisam se adaptar às exigências do mercado, dando mais atenção à inteligência emocional, além das hard skills, a dica é investir em autoconhecimento. O bom profissional reconhece potenciais e estimula talentos, e nada melhor do que se conhecer para atingir esse objetivo.