Inteligência artificial na música?

Quem pensa que inteligência artificial é recurso apenas da ciência, está muito enganado. Os avanços tecnológicos e pesquisas estão também na área de produção fonográfica. O Flow Machine, da SONY CSL Paris, é um bom exemplo. A ferramenta auxilia no processo de criação de novos sons e músicas a partir de algoritmos do jazz, pop e da música brasileira. O projeto ganhou uma base regionalista, o Brazyle, coordenada pelo Prof Giordano Cabral, que palestra na AESO-Barros Melo, no dia 26 de outubro. O evento é gratuito e acontece às 11h, na sala 113. Inscreva-se.

 

Giordano trabalha na fronteira entre música e tecnologia e, além de coordenar  diversos projetos, também  está a frente do grupo em Música, Tecnologia, Interatividade e Criatividade. Cabral é doutor pela Universidade Pierre et Marie Curie (Universités Sorbonne / Paris) e fundador de empresas de computação musical, como a Daccord Music Software e o MusiGames Studio.

 

O professor é pesquisador residente no laboratório LOUCO, do Porto Digital, e é vice-presidente do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR). Já coordenou 15 projetos e criou mais de 80 produtos em tecnologia musical, utilizados por mais de quatro milhões de pessoas em 116 países. Por este motivo, já foi nomeado a empreendedor do ano e venceu o Prêmio FINEP de Inovação por duas vezes. 

 

Na AESO-Barros Melo, Giordano Cabral trata dos projetos de tecnologia em andamento, em parceria com instituições como SONY CSL Paris, Spotify, CESAR e Daccord Music Software. São propostas de desenvolvimento de novas ferramentas tecnológicas para tocar, compor ou aprender música e que exigem muito mais do que técnicos em computação: precisam de músicos, compositores, engenheiros de áudio, sound designers. Giordano promete abordar também as inúmeras possibilidades de atuação profissional para estudantes da instituição de Produção Fonográfica e interessados em geral.

O Flow Machine consegue identificar padrões de composições e compositores da música e reproduzir para servirem como ponto de partida para novas faixas. Para utilizar, no entanto, é preciso conhecimento de teoria musical. Uma base de exemplos foi criada a partir de 200 horas de gravações com músicos na Daccord Music Software, de Giordano Cabral, locada no Centro de Empreendedorismo e Tecnologias da Economia Criativa (Portomídia), braço do Porto Digital pernambucano. O resultado pode mostrar o que já foi realizado a partir do uso de inteligência artificial, como algumas faixas gravadas e disponíveis no SoundCloud da Flow Records.