Ex-aluno de Produção Fonográfica da UNIAESO lança disco


Curso de Produção Fonográfica - Olinda
junho. 29, 2021

“Sankofa” é o terceiro álbum do pianista Amaro Freitas

2006. Nova Descoberta, periferia da zona norte do Recife. Um menino evangélico e negro recebe do pai um teclado. O genitor fazia parte da banda musical da igreja que a família frequentava e queria que o filho participasse do grupo. Alguns anos depois, o jovem surge como compositor e pianista revelação, além de expoente do jazz brasileiro contemporâneo. Amaro Freitas, ex-aluno do curso de Produção Fonográfica do Centro Universitário AESO-Barros Melo – UNIAESO, continua inovando na área e lançou, neste mês, o seu terceiro álbum, intitulado Sankofa, onde o artista empreende a busca espiritual por histórias esquecidas, filosofias antigas e figuras inspiradoras do Brasil negro.

A caminhada não foi fácil. No início da carreira, ele teve que ir se aperfeiçoando com os instrumentos da igreja. Ao chegar na adolescência, decidiu que queria viver de música. Vendeu pão na rua, trabalhou em telemarking e realizou apresentações musicais em bares e restaurantes para conseguir se profissionalizar: “Eu vi na UNIAESO a oportunidade de desenvolver a minha carreira artística. O curso de Produção Fonográfica me chamou muito a atenção por sua grade de ensino, que abordava a introdução ao som de mixagem, masterização, isolamento acústico, tratamento acústico e várias outras coisas. Esse curso foi a única possibilidade que eu acreditei, no momento, que poderia fazer diferença no início da minha trajetória”, relembra.

Hoje, conhecido na crítica musical como o renovador do jazz brasileiro, Amaro vem sendo apontado como uma dos maiores revelações da música instrumental. Já fez shows em dez países com apresentações em grandes clubes de jazz ao redor do mundo. Em junho, ele lançou o terceiro álbum, Sankofa, sucessor de Rasif (2018) e de Sangue negro (2016). O disco foi gravado ao longo de dois anos, no Recife, e tem um repertório autoral e inédito. O nome que batiza a obra é inspirada no símbolo Adinkra do povo acã, na África Ocidental, ele representa um pássaro com a cabeça voltada para trás. Ao observar este desenho em uma bata à venda na feira africana no Harlem, em Nova York – bairro que historicamente foi palco de grandes pianistas do jazz, Amaro quis compreender a importância de seu significado e, fez dele, a ideia principal do disco.

Aguardando a possibilidade de retomada das turnês internacionais, pausadas devido ao coronavírus, o músico relembra a importância da base que teve no início da carreira através do curso oferecido pela UNIAESO: “Além de todo aprendizado recebido pelos profissionais, tínhamos em nossa sala muita gente que já trabalhava no mercado da música e isso acabou sendo extremamente importante, pois juntava a teoria à prática”. 

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