Fato aconteceu no último dia 21 de setembro
Estamos sendo alvo, desde a última quarta-feira, de inúmeros ataques por meio de redes sociais, os quais acusam a Instituição de não se posicionar a favor do grupo de alunos manifestantes que buscava segurança pública mais eficiente para o bairro de Jardim Brasil II, em Olinda, pauta que, em nosso ponto de vista, nos parece legítima e afim aos nossos próprios pleitos diante do poder público.
O motivo do nosso silêncio, desde o ocorrido, não tem a ver com a omissão de que também nos acusam, nem com o reconhecimento, ou não, do mencionado protesto, mas com a necessidade de apuração dos fatos que se desenrolaram durante o evento. Fatos estes que nos estarreceram pela violência expressa por membros do corpo discente que, por ironia, pareciam argumentar em favor da paz.
Pelo que relatam algumas pessoas, durante o protesto realizado no último dia 21 de setembro, um aluno, ao chegar à Instituição, tentou furar o bloqueio que fechava os portões que davam acesso ao estacionamento, supostamente atropelando colegas que se encontravam formando a barreira. E aqui é importante mencionar que o suposto atropelamento ocorreu em via pública, fora da faculdade, em frente à polícia, que tomou as providências devidas ao caso.
Ainda queremos deixar claro que, durante o evento, a Instituição não se comunicou, oficialmente, com nenhum membro da organização do protesto ou da polícia, conforme relatado por alguns. Assim, as supostas informações de que a direção teria se pronunciado e ameaçado “indiciar” (sic.) o grupo por obstrução da via, por exemplo, são mentirosas, irresponsáveis e, ao nosso ver, foram intencionalmente ditas para desestabilizar e provocar os participantes.
Queremos deixar claro que nossa opinião está fundada nas imagens registradas por nossas câmeras de vigilância e por vídeos feitos por nossas equipes de comunicação e segurança, presentes no momento. Pudemos observar, inclusive, alguns alunos que não só se exaltaram diante do ocorrido, como também incitaram a massa a buscar e perseguir o acusado. E, justo por essa razão, ante a possibilidade da realização latente de atos de violência dentro da Instituição, nossa atitude foi de proteger o referido aluno de eventuais agressões físicas que pudesse vir a sofrer, como faríamos em favor de qualquer ser humano prestes a ser atacado, independente de suas características físicas, de seus valores morais ou do seu status social.
Estamos de acordo com os membros da nossa comunidade acadêmica que vem se manifestando em favor da reinstalação de diretório acadêmico, sobretudo, porque entendemos que a ausência de organização do corpo estudantil abre portas a oportunismos político-partidários que não só utilizam a massa em seu favor, como que, simulando interesse pelos pleitos discentes, também se projetam como opções eleitorais mais moralizadas que a média. E, justo por essa razão, não parece ter sido acaso do destino que o evento de que nos referimos tenha ocorrido há menos de duas semanas das eleições municipais.
Diante das petições de expulsão dos envolvidos, informamos que será aberto Processo Administrativo Disciplinar para apurar todos os comportamentos abusivos realizados no fatídico dia 21 de setembro, para que absolutamente todas as violências expressas nesse dia, juntamente com eventuais agressões que tenham sido realizadas por ambas as partes, sejam apuradas, obviamente no que se referem às regras presentes no nosso regimento interno. Queremos lembrar que, no que toca a possíveis delitos realizados, as partes que se sintam vitimizadas devem buscar as instâncias policiais e judiciais competentes, para que os responsáveis sejam investigados e punidos de acordo com a legislação, já que não cabe a nós a referida atribuição.
Para concluir, gostaríamos de deixar claro que repudiamos todo ato de violência, assim como quaisquer discursos de ódio que, mais que solucionar problemas, apenas evidenciam a intolerância contra aqueles que não abraçam as pautas coletivas. É lamentável que uma Instituição dedicada ao ensino do Direito há quase 50 anos assista a condenação social e moral de determinados indivíduos por outros que usam as interfaces midiáticas como escudo e que, contraditoriamente, esquecem que a internet pode condenar qualquer um, inclusive aqueles que acusam.
A Direção das Faculdades Integradas Barros Melo